quarta-feira, 30 de julho de 2008

Podres de poder


Enquantos muitos choram e se desfazem
Outros se isolam e se perfazem
Querendo não ver a cor dos olhos teus
Querendo esconde-se do que vivo

Enquanto muitos fogem
Poucos enfrentam
Enquanto muitos se escondem
Poucos agem

Calar-se diante de tudo
É mais fácil,
A enfrentar-te
O considerado ser intocável

Políticos podres de poder
Insensatos de poder
Políticos repletos de vigor
Vazios de compaixão
Entendem, desejam mais,
Sempre mais,
Para que outros tenham menos
Menos amor
Menos vida
Menos catividade

Podres que se escondem
Por de traz de placas
Por de traz de palavras
Podres por dentro
Podres e sem alento
Podres de poder
Que só temem o cargo perder

Versos amantes


Versoso vestidos de vermelho.
Versos que se observam ao espelho.
Que conversam:

Como pudera assim se entrelassar?
Como pudera assim me estigar?

Versos, versos!
Onde está perdido?
Não preferes que te indique o caminho?

Não sei onde me perdi.
Teus espaços me confundem.
Como o fizera?
Indique me o caminho.

Meus espaços te contemplam,
Minhas virgulas te controla.
Não há um caminho,
Não há uma fórmula.

Mas versos!
Não quero ser livre!
Não quero ser branco!

Já podes ser o que quiser.
Já podes usar apenas pontos.
Já podes se achar nos espaços.

Por que amantes?

Tuas virgulas e pontos me inventam,
Minhas virgulas e pontos...
Te contemplam.

Versos, não sei fazer se não em versos.
Não sei crer se não em versos.
Se não amantes!
Amo-te versos.