sábado, 24 de janeiro de 2009

Entre estrelas


Sol, mar
Nada melhor
Nada a pensar

Um garoto
Meu amor
Um sorriso
Meu pescoço

Nada que as estrelas não vejam
Nada que o mar não abençoe
Dois corpos a se olhar
Apenas a sentir
A brisa nos levar

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pastagem

Noites mal resolvidas.

Amores inacabados.

Encantos perdidos.
Encontros deixados
Dentro de uma caixa de sapato.
Apenas canções cantarei
Tentando deixar de lado
As coisas que não se passaram.
Os momentos que não ocorreram.
Pequenos trovoes soam a escada.
Novas emoções não encontradas
Por apenas vagos pensamentos.
Por estábulos vazios.
Arvores de espinho.
O instante em suspenço.
Total não esquecido

domingo, 4 de janeiro de 2009

Romance moderno


Dois corpos se entrelassam
Duas vozes se confundem
Unem-se
Num único movimento
Numa única ação
Num simples olhar
No meio da multidão
Tornam-se um
Transformam-se em dois
Desunem
Desencantam
Desfazem
Despedem
Desejam
Repetem
Repelem
Não entendem
Repreendem
Descreem

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

In-título


O que toda a complexidade do mundo envolve?
Cada ato não pensado? Cada beijo não dado?

Por que me sinto mal pelo que não fiz?
Como posso me sentir mal pelo que não controlo?
A todas essas perguntas vejo apenas uma resposta: humano
É esse o tom que devo levar a minhas conclusões: humano
É esse o caminho que devo seguir: humano
É tudo que não posso controlar que devo consentir: humanos


Nem sempre o que vem à mente de outros é o que vem à mente de apenas um... Nenhum ser pode conter toda a humanidade (pelo menos não um que exista).
O que é a existência? Se não um viver buscando coisas que possam satisfazer meus desejos mais ocultos, que cultivo no fundo de minha alma que ninguém toca. Que nenhum outro sente. Todos os desejos e ações. Tudo que um dia foi canção. Canso-me de tentar achar palavras. Cesso-me a viver medíocre. Inundo-me de influências, sejam boas ou ruins, não importa! Apenas quebro a cabeça em um movimento desordenado de dedos e adagas, a penetrar uma a uma, em um crânio que não deseja mais consumir energia. Que não deseja mais produzir inutilidades.
Um homem qualquer diria: “nem tudo está perdido, ainda podemos recomeçar!”. Recomeçar o que? Se não há começo assim como não há fim. Não existe meio termo, não se pode ser parcialmente, a existência nos controla e dentro de nossos ossos planta a regar todos os dias paranóias, que deveriam ser controladas, mas não são. “Ou você controla o medo ou ele te controla, não tem meio termo”.