sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Eu poético


Um eu caminha
Outro se crusa
Param a conversar
Outro trem com eus se curvam
Tentando escutar
Como eus curiosos
Aproximam querendo ampliar
Um procura
Enquanto o senhorzinho escreve
O 18º se esquiva
Ele já não gosta daquela esquina
Elege outra como favorita
Desencanta desanima
Rabisca
Se esquiva
Os eus andam tranqüilos
Uns conversam, outros se pintam
Uns se olham, outros se destinam
Nenhum deles sabe o que quer
Não conseguem ver o outro
Apenas eus
O que o ego vê

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Desfeixo


Vejo pessoas
Garrafas
Baratas que andam por seus corpos
Seus copos
Vazios
Todos a contemplar
Mas o quê?
O negro?
O escrúpulo?
Nada mais lhes importa
O que querem é:
Viver? Ou não viver?
Morrer? Ou apenas esquecer?

Nada mais importa
Tudo se foi a uma torta

Mas o que haverá lá?

Nada, apenas uma lua vermelha em sangue
Apenas um peito aberto em pranto
Nada de importante
Ninguém olha, já não se importam
É rotina, simples e normal

Mas por quê?

ninguém!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Lembrança perdida


Talvez o desejo da carne não queira ser totalmente verdade
Talves os motivos da idade não sejam verdadeiros
Talvez não me queira ver ao espelho
Quem sabe não me qeira ver feio

Ainda me lembro:
Tu não estavas lá
Sei que já não podias me amar
Já não sabias onde estava
Simplesmente já não lhe encantava

Os cantos que antes cantava
Já não posso cantar
Onde será que estás?
Como pudera eu partir?
Como pude não sentir?

Um estouro
Todos gritam
Nada vejo
Já não sinto o joelho

Estou aqui
Diante do espelho
A tentar abrir os olhos
A tentar entender o motivo
Já não há saida
Simples, não posso viver minha vida!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Desejo...


Os pensamentos que me tomam
Me devoram assim como
seu corpo me devora agora.
Tudo que quer que faça,
Tudo que quer que diga,
Não ainda ingora.

Todos os corpos que observam
O movimento não se revelam ao alento.
Todas as estadas ainda no contento.
Todo calor que ainda contemplo.
Todo o belo mundo de fermento.
Todos os belos espaços do convento.
Tudo que ainda no vento.
Tudo que desde o início entro.
A envolver nosso esqueleto.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Não se pode aprender


O que buscas no infinito além do horizonte
Não é apenas tua vontade
O que queres não é apenas
Escrever-me;
É mais que caminhos
Mais que alusivos
Tudo que não se encontra nos livros
Como amar
Como entender
Como soprar


Cousas que apenas serão vividas
Jamás em algum lugar escritas