quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desatina


Estar aqui em nada

Nada pensando
Nada fazendo

Apenas tentando esquecer
Não sabendo ao certo como hemos de fazer
Se nada tivesse acontecido
Se tudo fosse apenas um clarão
Um relâmpago que desatina
Uma forma que desencanta

Apenas isso que foi, ou que seria
De noite o vento soprando
Nada
Nada fala
Nada comunica

Me desespera

Me descomplica

Mas ainda sim me encontro aqui
Procurando em sopros leves
As respostas que procuro
O nada que se cala
A noite que se esconde

sábado, 25 de junho de 2011

Passeio


Ligar-te-ia se pudesse
Se soubesse onde estas
Mas continuo procurando
E cada dia que passa parece vão
Sem resultados ou respostas

O que acontece quando seus lábios tocam os meus?
E seus dedos suavemente percorrem meu corpo?
Como quem nada querem,
Como quem nada fazem.
A cada milímetro percorrido
Cada ponto ativado.
Continuam nada querendo
Apenas passeando estão
Apenas...

sábado, 11 de junho de 2011

E as outras

Passeando sobre uma corda de violão
Uma nota solitária insiste em se pronunciar,
Numa corda de violão não é nada se as outras
Insistirem em não colaborar.

Um acorde para estar completo não pode ser de uma nota só
Um pianinho para tocar correto não pode conter uma nota só

Por não conter em seu grito a intensidade que queria
passa a soar baixinho
Queria estar numa guitarra para poder gritar sozinho
E mesmo assim todos ouvirem
Queria poder ser ré e não mizinho
Pois soando assim baixinho como posso me rebelar